Em 1979
Já em 1979 verificava-se uma luta por parte da Juventude Socialista em prol de respostas a problemáticas levantadas pela sociedade, uma das quais, o aborto.
" O problema do aborto foi recentemente debatido na Faculdade de Letras, num colóquio organizado pela Juventude Socialista. Participaram a deputada Teresa Ambrósio, a psicanalista Maria Belo, o teólogo Luís França e a jornalista Maria Antónia Palla.
O colóquio tomou como ponto de partida o processo movido a esta jornalista.
Mari Belo analisou a relação existente entre o aborto e o papel da mulher na sociedade Portuguesa, afirmando que “ O que está em causa é a mulher ser sujeito da sua sexualidade e não apenas objecto consentido pela moral de certos grupos”.
Teresa Ambrósio considerou que o julgamento de Maria Antónia Palla, que presentemente decorre, “ é ridículo e traduz a crise grave que atravessa o nosso País: as mudanças de ordem política não foram acompanhadas de alterações culturais que permitissem a discussão não só do aborto como de muitos outros problemas ligados à libertação da mulher”.
Teresa Ambrósio defendeu que a resolução do problema do aborto terá de ser incluída num processo de educação.
O teólogo Luís França expôs a posição da Igreja Católica relativamente ao aborto, referindo que esta o tem condenado e está condenando. Considerada no direito canónico, passou como crime para o direito penal em muitos Países.
Porém, poderá admitir-se que para os Teólogos “ nem todo o aborto é crime “.
Luís França referiu a posição do Papa João XXIII segundo a qual a paternidade deve ser livre e consentida. “ Isto leva-nos – disse – a colocar a fecundação que resulta de um acto de violência “.
Maria Antónia Palla historiou a sua intervenção ao longo do programa da RTP “ nome de mulher “ que incluiu o filme “ Aborto não é crime “.
Antónia Palla referiu especialmente o papel da informação no debate que “ urge levantar “ em torno de “ um problema social tão grave “, problema que uma médica presente, Ana Brás Maria, considerou poder definir-se como “ angustiante “.
Seguiu-se um debate em que foram postas em evidência “ a necessidade “ da revisão da actual legislação, sobre o aborto e “ o empenho “ que “ os grupos mais reaccionários têm em evitar a todo o custo “ esse debate."
Debate sobre o aborto ( 7 de Junho de 1979 )
Transcrito do livro “ Juventude Socialista – 30 anos de Estórias de Portugal e do Mundo
Edição : Juventude Socialista 2004
2 Comments:
At 7:18 da tarde, Anónimo said…
Pois é, Falam, falam [á quase 30 anos] mas não resolvem nada!
Já se esqueceram que o PS teve a despenalização do Aborto aprovada na Assembleia da República e por pura e cobarde estratégia política resolveu submeter o assunto (qual pilatos) a um referendo?
É preciso e ir falando no assunto para que nada se resolva...
At 7:20 da tarde, Anónimo said…
Pois é, Falam, falam [há quase 30 anos] mas não resolvem nada!
Já se esqueceram que o PS teve a despenalização do Aborto aprovada na Assembleia da República e por pura e cobarde estratégia política resolveu submeter o assunto (qual pilatos) a um referendo?
É preciso e ir falando no assunto para que nada se resolva...
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